RESENHA: CAPÍTULO 6 - O ROMANCE
INDIANISTA
O capítulo começa apresentando os
objetivos que deverão ser alcançados depois de estudar o projeto literário do
romance indianista que são: reconhecer as características dos textos das obras,
Ubirajara, Iracema e Guarani, de José de Alencar. Os alunos encontrarão
releituras literárias dos símbolos da nacionalidade feitas por autores de
diferentes períodos.
Nesta mesma página visualizamos a obra
de Johann Moritz Rugenda, Ponte de Cipó, de 1830. O retrato mostra uma cena da
vida cotidiana dos índios, escalando palmeiras, caçando, cruzando uma ponte de
cipó, próximos à fumaça de uma queimada que não se pode definir o propósito.
Retratando alguns costumes dos índios e a natureza exuberante. Um belo convite
para começar a fazer as leituras sobre o assunto.
Logo no início são propostas
atividades de leitura da imagem, com perguntas relacionadas à natureza
brasileira e a relação entre os índios e seu espaço, para que o aluno perceba
que o artista procurou representar o Brasil como lugar pitoresco e exótico, atendendo
os anseios do público europeu.
Em seguida a atividade continua da
imagem para o texto, com a interpretação de um dos textos retirados do livro
Ubirajara de José de Alencar.
As atividades são uma ótima abordagem
para que os alunos possam se interessar e interagir com as narrativas.
Depois que os estudantes respondem
às questões, é apresentada uma linha do tempo com o panorama da história e da
cultura brasileira por meio de uma série de romances ficcionais feitos por José
de Alencar.
A primeira análise crítica fala
sobre o índio, símbolo da nacionalidade, que foi influenciada pelo olhar dos
viajantes que percorrem o Brasil em expedições científicas. José de Alencar
apresenta um retrato de heróis indígenas, cujas ações inspiram admiração e
espanto. Esses índios se comportam de acordo com os mais nobres princípios da
sociedade burguesa (honestidade, bravura, paixão, humildade, etc.) tão
valorizados pelo romantismo.
Os personagens Peri, Iracema,
Jaguarê e Poti percorrem as matas brasileiras e por meio de seus gestos nobres,
participam do processo de gestação do Brasil, construindo mitos e lendas que
remetem à fundação do país.
O conteúdo induz o aluno a
reconhecer a estrutura dos romances históricos europeus, nos quais o herói
sempre é representante de um passado glorioso, eleva e dignifica a identidade
do seu povo. Outro aspecto de grande importância para o projeto indianista é a
linguagem, com muitas palavras de origem indígena.
Os romances indianistas fizeram
grande sucesso, pois respondiam de modo direto o gosto da época. O Guarani, por
exemplo, provocou uma verdadeira comoção popular, representando o idealismo e lirismo, conceitos básicos do romantismo.
O capítulo fala também sobre o
modelo importado. Em O Guarani as relações de suserania e vassalagem que se
desdobram na natureza e na submissão de Peri a D. Antônio e na devoção do índio
a Cecília.
Ao lado dos textos foram colocadas
várias imagens com algumas curiosidades e pequenos resumos das obras,
instrumentos usados pelos índios e vários retratos, que são elementos nacionais
e de suma importância para conhecer um pouco a vida dos índios e seus costumes.
As páginas discorrem sobre a
formação do povo e do país em três fases. José de Alencar escreveu um romance
indianista tratando de cada uma dessas fases. O livro dá um resumo sucinto das
três obras comentadas e aborda os pontos mais importantes.
Ubirajara aborda um momento que
antecedeu a chegada dos colonizadores portugueses. Nessa obra o leitor é
introduzido às lendas e mitos da terra selvagem.
Iracema trata do período inicial de
ocupação das terras conquistadas, o contato entre índios e europeus e o início
do processo de miscigenação das duas raças.
Em O Guarani, o processo de
colonização já está adiantado, os nobres portugueses enfrentam os desafios da
natureza virgem. O escritor enfatiza a importância do índio, verdadeiro herói americano
na superação desses desafios. Alencar tinha a consciência da missão de
construir uma literatura nacional.
Com Iracema, jovem da tribo
tabajara, Alencar apresenta a lenda da fundação do Ceará, simbolizada pelo
relacionamento amoroso com Martim, jovem colonizador
português. Martim enamora-se de Iracema,
e como guardiã do segredo de Jurema, ela deve permanecer virgem. O amor entre
eles supera obstáculos e Iracema abandona sua tribo para viver com Martim.
Dessa união nasce Moacir, nome que significa filho da dor, que representa a
formação do povo brasileiro, fruto da miscigenação.
O capítulo se encerra com mais
exercícios para fixação e reflexão do conteúdo trabalhado.
Conclui-se que o livro é uma
ferramenta importante para auxiliar o aluno na compreensão das obras, mas a
leitura integral do livro é indispensável.
O conteúdo é prestigioso, o autor
consegue, em poucas páginas do capítulo, colocar análises sucintas, mas muito
bem colocadas e explicadas. As leituras não são cansativas como notamos em
alguns outros livros.
O livro didático facilita o
trabalho do professor, ter a análise comentada e todos os pequenos resumos das
obras, ajuda a realizar as leituras e responder as questões necessárias para
compreensão das obras. Nunca, porém, dispensando a explicação do professor, que
tem o papel de esclarecer todas as dúvidas e passar, através da literatura, a nossa
história, crenças e valores. Esse capítulo é um belo exemplo do papel da
literatura no ensino, pois as narrativas representam a fundação do país e do
povo brasileiro.
BIBLIOGRAFIA
ABAURRE, Maria Luzia M.; ABAURRE, Maria Bernadete
M.; PONTARA, Marcela. Português:
contexto, interlocução e sentido. In: ______. (Org.) O Romance Indianista. São
Paulo: Ed. Moderna, 2008. p. 120-140.
Bismarck Oliveira
Abrantes RA:
B33BFE-0
Daniela
Leite dos Santos RA:
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Diane dos Reis RA:
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