quinta-feira, 20 de novembro de 2014

RESENHA: CAPÍTULO 6 - O ROMANCE INDIANISTA


RESENHA: CAPÍTULO 6 - O ROMANCE INDIANISTA

O capítulo começa apresentando os objetivos que deverão ser alcançados depois de estudar o projeto literário do romance indianista que são: reconhecer as características dos textos das obras, Ubirajara, Iracema e Guarani, de José de Alencar. Os alunos encontrarão releituras literárias dos símbolos da nacionalidade feitas por autores de diferentes períodos.
Nesta mesma página visualizamos a obra de Johann Moritz Rugenda, Ponte de Cipó, de 1830. O retrato mostra uma cena da vida cotidiana dos índios, escalando palmeiras, caçando, cruzando uma ponte de cipó, próximos à fumaça de uma queimada que não se pode definir o propósito. Retratando alguns costumes dos índios e a natureza exuberante. Um belo convite para começar a fazer as leituras sobre o assunto.
Logo no início são propostas atividades de leitura da imagem, com perguntas relacionadas à natureza brasileira e a relação entre os índios e seu espaço, para que o aluno perceba que o artista procurou representar o Brasil como lugar pitoresco e exótico, atendendo os anseios do público europeu.
Em seguida a atividade continua da imagem para o texto, com a interpretação de um dos textos retirados do livro Ubirajara de José de Alencar.
As atividades são uma ótima abordagem para que os alunos possam se interessar e interagir com as narrativas.

Depois que os estudantes respondem às questões, é apresentada uma linha do tempo com o panorama da história e da cultura brasileira por meio de uma série de romances ficcionais feitos por José de Alencar.

A primeira análise crítica fala sobre o índio, símbolo da nacionalidade, que foi influenciada pelo olhar dos viajantes que percorrem o Brasil em expedições científicas. José de Alencar apresenta um retrato de heróis indígenas, cujas ações inspiram admiração e espanto. Esses índios se comportam de acordo com os mais nobres princípios da sociedade burguesa (honestidade, bravura, paixão, humildade, etc.) tão valorizados pelo romantismo.

Os personagens Peri, Iracema, Jaguarê e Poti percorrem as matas brasileiras e por meio de seus gestos nobres, participam do processo de gestação do Brasil, construindo mitos e lendas que remetem à fundação do país.

O conteúdo induz o aluno a reconhecer a estrutura dos romances históricos europeus, nos quais o herói sempre é representante de um passado glorioso, eleva e dignifica a identidade do seu povo. Outro aspecto de grande importância para o projeto indianista é a linguagem, com muitas palavras de origem indígena.

Os romances indianistas fizeram grande sucesso, pois respondiam de modo direto o gosto da época. O Guarani, por exemplo, provocou uma verdadeira comoção popular, representando o idealismo e  lirismo, conceitos básicos do romantismo.

O capítulo fala também sobre o modelo importado. Em O Guarani as relações de suserania e vassalagem que se desdobram na natureza e na submissão de Peri a D. Antônio e na devoção do índio a Cecília.

Ao lado dos textos foram colocadas várias imagens com algumas curiosidades e pequenos resumos das obras, instrumentos usados pelos índios e vários retratos, que são elementos nacionais e de suma importância para conhecer um pouco a vida dos índios e seus costumes.

As páginas discorrem sobre a formação do povo e do país em três fases. José de Alencar escreveu um romance indianista tratando de cada uma dessas fases. O livro dá um resumo sucinto das três obras comentadas e aborda os pontos mais importantes.

Ubirajara aborda um momento que antecedeu a chegada dos colonizadores portugueses. Nessa obra o leitor é introduzido às lendas e mitos da terra selvagem.

Iracema trata do período inicial de ocupação das terras conquistadas, o contato entre índios e europeus e o início do processo de miscigenação das duas raças.

Em O Guarani, o processo de colonização já está adiantado, os nobres portugueses enfrentam os desafios da natureza virgem. O escritor enfatiza a importância do índio, verdadeiro herói americano na superação desses desafios. Alencar tinha a consciência da missão de construir uma literatura nacional.

Com Iracema, jovem da tribo tabajara, Alencar apresenta a lenda da fundação do Ceará, simbolizada pelo relacionamento amoroso com Martim, jovem colonizador português.  Martim enamora-se de Iracema, e como guardiã do segredo de Jurema, ela deve permanecer virgem. O amor entre eles supera obstáculos e Iracema abandona sua tribo para viver com Martim. Dessa união nasce Moacir, nome que significa filho da dor, que representa a formação do povo brasileiro, fruto da miscigenação.

O capítulo se encerra com mais exercícios para fixação e reflexão do conteúdo trabalhado.

Conclui-se que o livro é uma ferramenta importante para auxiliar o aluno na compreensão das obras, mas a leitura integral do livro é indispensável.

O conteúdo é prestigioso, o autor consegue, em poucas páginas do capítulo, colocar análises sucintas, mas muito bem colocadas e explicadas. As leituras não são cansativas como notamos em alguns outros livros.

O livro didático facilita o trabalho do professor, ter a análise comentada e todos os pequenos resumos das obras, ajuda a realizar as leituras e responder as questões necessárias para compreensão das obras. Nunca, porém, dispensando a explicação do professor, que tem o papel de esclarecer todas as dúvidas e passar, através da literatura, a nossa história, crenças e valores. Esse capítulo é um belo exemplo do papel da literatura no ensino, pois as narrativas representam a fundação do país e do povo brasileiro.
 
BIBLIOGRAFIA
ABAURRE, Maria Luzia M.; ABAURRE, Maria Bernadete M.; PONTARA, Marcela. Português: contexto, interlocução e sentido. In: ______. (Org.) O Romance Indianista. São Paulo: Ed. Moderna, 2008. p. 120-140.
 
                   Bismarck Oliveira Abrantes                       RA: B33BFE-0
Daniela Leite dos Santos                      RA: B380AH-2
Diane dos Reis                                       RA: B4401A-1
 
 
 

 

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