segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Relatos da aula de Morfossintaxe Aplicada à Língua Portuguesa



1 INTRODUÇÃO


                Este trabalho visa a cumprir as exigências propostas pelas Atividades Práticas Supervisionadas do curso de Letras – 4º Semestre para obtenção de nota.
            A proposta foi relatar os conteúdos dados em sala de aula e sugerir livros didáticos para trabalhar com esses conteúdos em sala de aula da educação básica e fundamentar nossos relatos.


2 COMPLEMENTOS VERBAIS


            Complemento verbal diz respeito ao termo que completa o sentido do verbo transitivo, e pode ser: objeto direto e objeto indireto.


2.1 Objeto direto

            O objeto direto completa o sentido do verbo sem o uso de preposição, ou seja, liga-se diretamente ao verbo transitivo sem o uso de preposição. Este tipo de complemento verbal pode ter como núcleo: substantivos, palavras com função de substantivo e pronomes pessoais do caso oblíquo.
            Vejamos alguns exemplos:

O cachorro matou o rato. (o rato – objeto direto; núcleo - rato)
A menina trouxe água. (água – objeto direto; núcleo – água)
A criança estava chorando. A mãe colocou-a em uma cadeira. (a – objeto direto; núcleo – remete à “menina” na primeira oração)

2.2 Objeto indireto

            O objeto indireto completa o sentido do verbo transitivo com o uso de preposição, ou seja, a junção entre o verbo e seu complemento é feita através de uma preposição. A necessidade da preposição é exigida pelo próprio verbo. Os pronomes pessoais oblíquos “lhe” e “lhes” são essencialmente objetos indiretos quando ligados ao verbo.
            Vejamos alguns exemplos:

Entregaram-lhe a correspondência?
Aspirava ao cargo de presidente da República.
Assistimos ao jogo da seleção brasileira de vôlei.

3 PREDICAÇÃO

             Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja alguns exemplos:
As mulheres
compraram roupas novas.
Predicado
Durante o ano,
muitos alunos
desistem do curso.
Predicado
Predicado


A natureza
é bela.
Predicado

            Na oração “Você já sorriu hoje?”, o verbo sorrir (sorriu), por ser um verbo significativo, é o núcleo do predicado, ou seja, é a palavra que corresponde à informação mais importante sobre o sujeito. Quando isso ocorre, temos o predicado verbal:
                        Você     já sorriu hoje?
                   Sujeito      Predicado Verbal

            Na oração “O amor é cego”, o verbo ser (é) não traz informações sobre o sujeito; é um verbo de ligação, cujo papel é apenas liga o sujeito (O amor) ao seu predicativo (cego). Assim, o único termo capaz de acrescentar informações sobre o sujeito é o predicativo do sujeito. Nesse caso, como o núcleo do predicado é o predicativo do sujeito, ou seja, um nome (cego, adjetivo), temos o predicado nominal:
                        O amor     é cego.
                     Sujeito       Predicado Nominal

            Na oração “Deixa secretária eletrônica rouca”, o predicado contém dois núcleos: um verbo significativo (deixa) e um nome (rouca, o predicativo do objeto). Nesse caso, o verbo dá informações sobre o sujeito, sobre a ação realizada por ele; e o nome atribui uma característica ao objeto direto, secretária eletrônica. Quando o predicado apresenta dois núcleos, temos o predicado verbo-nominal:
                        (Ele)     deixa   secretária eletrônica rouca.
                  Sujeito     Predicado Verbo-nominal
         Desinencial

4 PERÍODO SIMPLES


            Frase: Todo e qualquer enunciado que contenha em si um sentido, transmita uma mensagem. Exemplo:
                        Fogo!
                        Silêncio!
*** O sentido é perfeitamente compreensível apesar de a frase ser composta por apenas uma palavra. É o mesmo caso do exemplo abaixo:

            Oração: Enunciado que contém uma ação, um verbo mais precisamente. Exemplo:
                        Corram depressa!
                        João está à sua espera.

            Período Simples: Enunciado de sentido completo, que contém apenas uma ação verbal. Exemplo:
                        O prédio está pegando fogo!
*** Apesar dos dois verbos, a ação verbal é uma só, e por isso é período simples.

5 ADJUNTO ADNOMINAL


            É o termo que determinaespecifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui função adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos enumerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir:
O poeta inovador
 enviou
 dois longos trabalhos
ao seu amigo de infância.
Sujeito
Núcleo do Predicado Verbal
Objeto Direto
Objeto Indireto
            Na oração acima, os substantivos poetatrabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais:
O artigo "o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;
O numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;
O artigo "o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo.

6 COMPLEMENTO NOMINAL


            Complemento nominal é o termo da oração que é ligado a um nome por meio de uma preposição, completando o sentido desse nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).

                   Obj. direto                  complemento nominal 
Ex.: Faça uma rápida leitura   do texto.

                  núcleo do adjunto adverbial de lugar 
Ele mora perto    de um grande hotel.
                               Complemento nominal do advérbio perto. 

            O núcleo do complemento nominal é representado por um substantivo (ou palavra com valor de substantivo), poderá ser também representado por um pronome oblíquo.
                                                          núcleo do objeto direto.
Ex.: Tenho-lhe uma justificada admiração.
                    complemento nominal de admiração

 7 TERMOS DA ORAÇÃO


·         Sujeito (núcleo);
·         Predicado (Verbal, Nominal e Verbo-Nominal), Complementos Verbais (Objeto Direto e Indireto);
·         Complemento Nominal;
·         Agente da Passiva (por, pelo...); e
·         Adjuntos Adnominais (Artigos, Pronomes Possessivos, Demonstrativos e Indefinidos, Adjetivo/ Locução Adjetiva e Numeral).

7.1 Tipos de Sujeito


·         Quando apresenta um só núcleo, o sujeito é chamado de sujeito simples;
·         Quando apresenta dois ou mais núcleos, é chamado de sujeito composto;
·         Quando está implícito na desinência do verbo, o sujeito é classificado como sujeito desinencial;
·         Sujeito indeterminado é aquele que não é nomeado na oração, ou por não se querer nomeá-lo ou por se desconhecer quem pratica a ação; e
·         Oração sem sujeito é aquela em que a declaração expressa pelo predicado não é atribuída a nenhum ser.

7.2 Agente da Passiva


            O agente da passiva pode ser representado por um substantivo ou uma palavra substantivada, pronome ou numeral.
            Agente da passiva é o termo da oração que, na voz passiva, designa o ser que pratica a ação recebida pelo sujeito.

8 EMPREGANDO A VÍRGULA

8.1 A vírgula entre os termos da oração


            Emprega-se a vírgula:
·         Para separar termos que exercem a mesma função sintática – sujeito composto, complementos, adjuntos –, quando não vêm unidos por e, ou e nem;
·         Para isolar o aposto;
·         Para isolar o vocativo;
·         Para isolar o adjunto adverbial, quando ele é extenso ou quando se quer destacá-lo;
·         Para isolar expressões explicativas como isto é, por exemplo, ou melhor, a saber, ou seja, etc.
·         Para isolar o nome de um lugar anteposto à data.

8.2 A vírgula entre as orações


            Emprega-se a vírgula para separar:
·         As orações coordenadas assindéticas;
·         As orações coordenadas sindéticas, com exceção das introduzidas pela conjunção e;
·         Somente as orações subordinadas substantivas apositivas devem ser separadas por vírgula (ou dois-pontos) da oração principal; as demais substantivas, não;
·         Somente as orações subordinadas adjetivas explicativas devem ser separadas por vírgula da oração principal; as restritivas, não;
As orações subordinadas adverbiais são separadas por vírgula nos seguintes casos:
·         Se vierem após a oração principal, a vírgula é optativa;
·         Se vierem antepostas ou intercaladas à oração principal, a vírgula é obrigatória;
·         Quando forem reduzidas de gerúndio, particípio e infinitivo, a vírgula é obrigatória.

9 ORAÇÕES COORDENADAS


            As orações coordenadas sindéticas têm relação com outra oração do período e classificam-se de acordo com o valor semântico da conjunção que as introduz.
·         Aditivas: Estabelecem em relação à oração anterior uma noção de acréscimo, adição;
·         Adversativas: Estabelecem em relação à oração anterior uma ideia de oposição, contraste, compensação, ressalva;
·         Alternativas: Expressam alternância, ligando orações que indicam ideias que se excluem;
·         Conclusivas: Exprimem ideia de conclusão relativa à declaração feita na oração anterior;
·         Explicativas: Exprimem ideia de explicação relativa à declaração feita na oração anterior.

10 ORAÇÕES SUBORDINADAS


            São classificadas em Substantivas, Adjetivas e Adverbiais.

10.1 Substantivas


            As Orações Subordinadas Substantivas são classificadas em:
·         Subjetiva: Exerce a função de sujeito da oração de que depende ou em que se insere;
·         Objetiva direta: Exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal;
·         Objetiva indireta: Exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal;
·         Predicativa: Exerce a função de predicativo de um termo que é sujeito da oração principal;
·         Completiva nominal: Exerce a função de complemento nominal de um substantivo ou adjetivo da oração principal;
·         Apositiva: Exerce a função de aposto de um nome da oração principal.

10.2 Adjetivas


            As Orações Subordinadas Adjetivas são classificadas em:
·         Restritivas: São as que delimitam, restringem ou particularizam o sentido de um nome (substantivo ou pronome) antecedente. Na escrita, ligam-se ao antecedente diretamente, sem vírgulas;
·         Explicativas: São as que acrescentam ao antecedente uma informação que já é do conhecimento do interlocutor; assim, generalizam ou universalizam o sentido do antecedente. Na escrita, aparecem entre vírgulas.

10.3 Adverbiais


            As Orações Subordinadas Adverbiais são classificadas em:
·         Causais: Indicam a causa do efeito expresso na oração principal;
·         Consecutivas: Expressam uma consequência, um efeito do fato mencionado na oração principal;
·         Conformativas: Estabelecem uma ideia de concordância, de conformidade entre um fato nelas mencionado e outro expresso na oração principal;
·         Concessivas: Indicam uma concessão, um fato contrário ao expresso na oração principal, porém insuficiente para anulá-lo;
·         Comparativas: Estabelecem uma comparação em relação a um elemento da oração principal;
·         Condicionais: Expressam uma hipótese ou condição para que ocorra o fato expresso na oração principal;
·         Finais: Indicam uma finalidade relativa ao fato expresso na oração principal;
·         Proporcionais: Indicam uma proporção relativa ao fato expresso na oração principal;
·         Temporais: Indicam o momento, a época, o tempo de ocorrência do fato expresso na oração principal.

11 MODOS VERBAIS E TEMPOS VERBAIS

11.1 Modo

·         Indicativo: É o modo da certeza, o que expressa algo que seguramente acontece, aconteceu ou acontecerá;
·         Subjuntivo: É o modo da dúvida, o que expressa a incerteza, a possibilidade de algo vir a acontecer;
·         Imperativo: É o modo geralmente empregado quando se tem a finalidade de exortar o interlocutor a cumprir a ação indicada pelo verbo. É o modo da persuasão, da ordem, do pedido, do conselho, do convite.

11.2 Tempo

11.2.1 Flexões de tempo no modo indicativo

·         Presente: Expressa uma ação que está ocorrendo no momento em que se fala ou uma ação que se repete ou perdura;
·         Pretérito: Subdivide-se em:
·         Pretérito Perfeito: Transmite a ideia de uma ação completamente concluída;
·         Pretérito Imperfeito: Transmite a ideia de uma ação habitual ou contínua ou que vinha acontecendo, mas foi interrompida por outra;
·         Pretérito Mais-Que-Perfeito: Expressa a ideia de uma ação ocorrida no passado, mas anterior a outra ação, também passada.
·         Futuro: Subdivide-se em:
·         Futuro do Presente: Expressa a ideia de uma ação que ocorrerá num tempo futuro em relação ao tempo atual;
·         Futuro do Pretérito: Expressa a ideia de uma ação que ocorreria desde que certa condição tivesse sido atendida.

11.2.2 Flexões de tempo no modo subjuntivo


·         Presente: Indica um fato incerto no presente ou um desejo, sendo empregado normalmente depois de expressões como convém que, é necessário que, é possível que, tomara que, talvez;
·         Pretérito Imperfeito: Indica um fato incerto ou improvável ou um fato que poderia ter ocorrido mediante certa condição;
·         Futuro: Expressa a ideia de um acontecimento possível no futuro.

12 INDICAÇÕES DE LIVROS DIDÁTICOS


            Para trabalhar os tópicos tratados neste trabalho em sala de aula do ensino básico, os livros didáticos aconselháveis são:
·         CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. 7. ed. reform., São Paulo: Saraiva, 2010. (Volumes 2 e 3).

            E para os professores poderem ler mais a respeito, indica-se o livro a baixo:
·         SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo) sintática. 2. ed. São Paulo: Manole, 2010.

REFERÊNCIAS


·         Complementos Verbais
<Disponível em: http://www.brasilescola.com/gramatica/complementos-verbais.htm>  Acesso em: 23 de Novembro de 2013.

·         Predicado
<Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint10.php>
Acesso em: 23 de Novembro de 2013.

·         Período Simples
<Disponível em: http://www.infoescola.com/portugues/periodo-simples-e-composto/> Acesso em: 23 de Novembro de 2013.

·         CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. 7. ed. reform., São Paulo: Saraiva, 2010.


·         BORGATTO, Ana Maria Trinconi. Tudo é linguagem. São Paulo: Ática, 2006.



Feito por:

Jessica A. F. Silva R.A.: B4800I-1

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